O QUE PARECE RESTAR!



Assiste-se a uma decadência social, a todos os níveis.

O problema que torna as coisas desagradáveis, não é unicamente o envelhecer da cidade. 

Os prédios envelhecidos, as ruas, as pessoas, digamos que tudo.


Mas sim, a degradação da imagem das pessoas (...)

Aquelas que não tem gosto na própria imagem, mas que são quase sempre essas que vemos nos caminhos quando os percorremos.

As que passam por nós, a pé ou de carro, mas que nos olham de uma forma aparentemente, num "olhar trespassador de ódio, de inveja," sem razão de ser.

Por vezes, simplesmente porque tens umas botas ou um casaco novo e ainda porque conheces determinadas pessoas. Isso preocupa essa gente, que ainda habita a cidade.

Onde tu moras e moraste durante anos, assististe à chegada e à partida de muitas pessoas.

Gente que não sobreviveu às exigências da vida e partiu para outros destinos.

Olhar os prédios, hoje envelhecidos, com uma carga de pó nas persianas, que durante anos e anos nunca foram limpas.

Pessoas que degradaram os outros e a elas próprias sem perceberem.

Gente que vive à espera de te ver passar, para passarem, olharem como estás vestida e até mesmo a ver se te incomodam.

Quase pisam teus calcanhares, se tens uns sapatos novos.

Neste quase findar de ano, inúmeros são os dias em que as ruas parecem desertas, mesmos poucas pessoas se veem.

A concentração de pessoas verifica-se a nível de centros comerciais, por vezes, sem que se note muito movimento nas ruas, de carros e pessoas. 

Certo é que no seu interior há quantidade.

Assim vai estando a cidade -  aparentemente desertificada.


In passospesados abs 01 12 2022 





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